A Escola Vocacional iluminada pelo texto bíblico acima, vem de encontro
com o desejo da Equipe Vocacional da Província Escolápia do Brasil. Pois, Deus continua chamando “operários para a sua messe”, o que acontece é o fato de
não sabermos como ser mediadoras nesta grande seara do Senhor.
A
Escola Vocacional foi organizada em eixos: Vivencial; teológico; antropológico e psicológico. E para iniciar a explanação dos temas, tivemos uma apresentação
de como nasceu a Escola Vocacional Marista e a parceria com a CRB e UCB
(Universidade Católica de Brasília). Em seguida, cada participante exerceu o
seu protagonismo na obra da criação de Deus construindo a sua mandala. No final da dinâmica cada
participante se apresentou falando da sua criação (mandala), de onde veio e os
anseios de participar na Escola Vocacional. No período da tarde tivemos as
oficinas de: Projetos de Vida e de Planejamento Pastoral Vocacional.
No
segundo dia o Prof. José Lisboa, nos chamou atenção com tema: fundamentos
teológicos da vocação, da qual somos instigados a pensar na ausência de
fundamentação teológica no trabalho de animação vocacional e de suas consequências
para a missão. Segundo Lisboa, a vocação é sempre iniciativa Divina. A pessoa
não escolhe seguir Jesus Cristo, mas é escolhida pelo Pai. “Se queres ser
perfeito...” (Mt 19,21). E, Deus nos chama a um encontro com Ele, a partir da necessidade do povo (Ex 3, 1-10ç Jr
11,4-10); a uma experiência de amor
(“sedução”) (Jr 20,7) e a uma “conquista
do coração” (Os2,16). Sendo que toda vocação é para uma MISSÃO.
Deus
primeiro nos chama a sermos pessoas humanas porque, antes de qualquer opção de
vida, o vocacionado, a vocacionada, tem que ser gente, com todas as qualidades
que caracterizam o ser humano, segundo o projeto de Deus (Gn1,27-28). Para
tanto, a animação vocacional “nasce do ministério da Igreja e põe-se ao seu
serviço” (2°CIV,5). Com este intuito, todos devem assumi-la com vigor. E
segundo Lisboa, a animação vocacional deve ajudar os batizados a assumirem o
seu lugar na Igreja.
No
terceiro dia, os temas: afetividade e sexualidade foram explanados pela Ir.
Fátima (Irmã Vicentina, psicóloga), que com muita desenvoltura começou nos
questionando: Porque estamos na Escola Vocacional? O que buscamos? Está
faltando vocações? O que está acontecendo? Que tipo de Vida Religiosa somos
hoje? Que tipo de juventude temos hoje? Que tipo de Vida Religiosa queremos?
Onde estão os jovens que querem a Vida Religiosa? Se a “vitrine” da VR está
ofuscada o jovem não terá interesse de entrar, observar, conhecer e
experimentar,... Então, como anda a “nossa vitrine”?
Afetividade:
Aquilo que me afeta; o social:
Como eu afeto as pessoas? Como o outro me afeta? Com isso, a afetividade é um
estado psicológico do ser humano, que pode ou não se modificar a partir de
situações. E a afetividade consegue determinar o modo com que as pessoas
visualizam o mundo e também a forma com que se manifestam dentro dele.
Com isso, foi nos apresentado a teoria de Maslow definida no conjunto das cinco necessidades descritas na pirâmide ao lado. Depois da explanação veio um pergunta: É possível viver o celibato? O jovem que de alguma forma perdeu uma das suas necessidades fisiológicas, pode ter a personalidade afetada. Sendo este, chamado a superar estas necessidades, e se não o faz, pode se tornar um problema mais tarde. Por isso é preciso ter cuidado para não colocar todos os jovens em uma única “forma” e igualar o processo das etapas de formação.
No período da tarde tivemos a
contribuição do Prof. Carlos Eduardo, com o tema: “ Elementos sócio
antropológicos da juventude contemporâneas”. Este tema, veio de encontro aos
anseios de entendermos a diversidade do mundo do jovem de hoje que muda
constantemente assustadoramente a cada quatro anos. Ou seja, o jovem de hoje, já
não é o mesmo de dez anos atrás. Segundo o prof. Carlos Eduardo,
biologicamente, a definição de juventude está marcada pela questão das
transformações no corpo, que deixa de ser infantil e se constitui como corpo
que se tornará adulto.
Na concepção psicológicas, não são
todas correntes da psicologia que falam da juventude. Para a grande maioria o
que existe é a adolescência. A psicologia entende que os adolescentes
necessitam vencer três lutos: O luto
pela perda do corpo infantil; o luto pela perda dos pais da infância e a morte
do mito das figuras paterna e materna.
Os jovens na concepção sociológica, enfrentam o desafio de se adaptarem
a um mundo totalmente diferente do que haviam enfrentado até então, na
infância. Com isso, são obrigados a uma inserção social complexa, trazendo-lhes
novas significações e questões para as quais os jovens ainda não têm respostas
integralmente formuladas. E antropologicamente, a conceituação de juventude é resultado de uma construção social, o que explicaria as várias concepções de acordo com o momento histórico. Assm, a juventude passou a ter destaque
histórico pela emergência das modernas sociedades de massa, que trouxe um
fenômeno novo: o da ascensão da juventude como ator social e político
diferenciado, capaz de influenciar processos de transformação social.
É preciso pensar projetos para a
juventude a partir: “DE”, “PARA”, “COM” – entender a juventude como “Ator
Social”. Ainda, é importante encontrar as divergências, entre proposta
vocacional e os jovens de hoje.
No quarto dia, o Prof Carlos
Eduardo, retomou a reflexão do dia anterior, com algumas “observações críticas
relativas à fé na pós-modernidade”, onde houve um aumento do índice de jovens
que não tem religião. Com isso, percebe-se que há um fim da religião como
HERANÇA. (os pais já não são mais os primeiros catequistas). Fim da fidelidade
religiosa _ TRÂNSITO RELIGIOSO. Acentuando
a valorização do acúmulo de EXPERIÊNCIAS. E o nosso desafio é
transformar a experiência religiosa em uma experiência de fé: encontro profundo
com Deus.
No período da tarde, Ir. Fátima
deu continuidade ao tema sobre Afetividade e Sexualidade, trabalhando os quatro
pilares da sexualidade: Sexo biológico (caracteristicas genotípicas e
fenotípicas; papéis sexuais – Identidade de gênero (Como me comporto).
Identidade sexual (Quem acredito ser) e Orientação sexual do desejo (Quem
desejo). Concluindo, a forma como somos tratados é importante na construção de
nossa identidade.
Finalizamos o dia com a leitura da
carta enviada pelo presidente da CRB Nacional e com apresentação do trabalho de
Animação Vocacional Marista e projetos vocacionais. Podemos destacar que: *
Animação Vocacional como prioridade (uma pessoa liberada para este fim); *
Leigos contribuindo com o processo como protagonistas; * Investimento:
Contratação de leigos para ajudar no processo.
No quinto dia, a prof. Patrícia
Ferreira, explorou o tema da Teoria do Amadurecimento Humano, é no corpo da
mãe, que o bebê conhece o seu corpo. Assim, a pessoa precisa se reconhecer,
acreditar e confiar. E segundo a profa. Patrícia, “uma experiência mística pode
nos ajudar a integrarmos como pessoa”. E nos deixou um recado: * A democracia
começa no lar;* Quem cuida do outro tem que se trabalhar; * Se não há
confiança, não há crescimento.
Uma experiência de encontro,
comunhão e fraternidade; foi ter tido todos os dias momentos fortes de oração e
a Celebração da Eucaristia. O Pão que se fez realidade no meio de mais de cem
participantes: Padres, Religiosos e Religiosas e a presença marcante dos Leigos(as).
Sabemos
que a missão não será fácil, por ser desafiadora e constante, mas vale a pena seguir e ajudar outras
pessoas em seu processo pessoal, espiritual e humano, expressando assim três sentimentos: gratidão pela oportunidade;
vontade de acertar e de nos colocar a disposição da Província, a serviço da Igreja.
Equipe de Pastoral Vocacional
Irmã Valdete Pereira Costa
Irmã Emília Luciana Santos Rosa
Irmã Gecianne Costa Moura
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