sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Escola Vocacional 2014



A Escola Vocacional iluminada pelo texto bíblico acima, vem de encontro com o desejo da Equipe Vocacional da Província Escolápia do Brasil. Pois,  Deus continua chamando “operários para a sua messe”, o que acontece é o fato de não sabermos como ser mediadoras nesta grande seara do Senhor.
A Escola Vocacional foi organizada em eixos: Vivencial; teológico; antropológico e psicológico. E para iniciar a explanação dos temas, tivemos uma apresentação de como nasceu a Escola Vocacional Marista e a parceria com a CRB e UCB (Universidade Católica de Brasília). Em seguida, cada participante exerceu o seu protagonismo na obra da criação de Deus construindo a sua mandala. No final da dinâmica cada participante se apresentou falando da sua criação (mandala), de onde veio e os anseios de participar na Escola Vocacional. No período da tarde tivemos as oficinas de: Projetos de Vida e de Planejamento Pastoral Vocacional.
No segundo dia o Prof. José Lisboa, nos chamou atenção com tema: fundamentos teológicos da vocação, da qual somos instigados a pensar na ausência de fundamentação teológica no trabalho de animação vocacional e de suas consequências para a missão. Segundo Lisboa, a vocação é sempre iniciativa Divina. A pessoa não escolhe seguir Jesus Cristo, mas é escolhida pelo Pai. “Se queres ser perfeito...” (Mt 19,21). E, Deus nos chama a um encontro com Ele, a partir da necessidade do povo (Ex 3, 1-10ç Jr 11,4-10); a uma experiência de amor (“sedução”) (Jr 20,7) e a uma “conquista do coração” (Os2,16). Sendo que toda vocação é para uma MISSÃO.
Deus primeiro nos chama a sermos pessoas humanas porque, antes de qualquer opção de vida, o vocacionado, a vocacionada, tem que ser gente, com todas as qualidades que caracterizam o ser humano, segundo o projeto de Deus (Gn1,27-28). Para tanto, a animação vocacional “nasce do ministério da Igreja e põe-se ao seu serviço” (2°CIV,5). Com este intuito, todos devem assumi-la com vigor. E segundo Lisboa, a animação vocacional deve ajudar os batizados a assumirem o seu lugar na Igreja.
No terceiro dia, os temas: afetividade e sexualidade foram explanados pela Ir. Fátima (Irmã Vicentina, psicóloga), que com muita desenvoltura começou nos questionando: Porque estamos na Escola Vocacional? O que buscamos? Está faltando vocações? O que está acontecendo? Que tipo de Vida Religiosa somos hoje? Que tipo de juventude temos hoje? Que tipo de Vida Religiosa queremos? Onde estão os jovens que querem a Vida Religiosa? Se a “vitrine” da VR está ofuscada o jovem não terá interesse de entrar, observar, conhecer e experimentar,... Então, como anda a “nossa vitrine”?
Afetividade: Aquilo que me afeta; o social: Como eu afeto as pessoas? Como o outro me afeta? Com isso, a afetividade é um estado psicológico do ser humano, que pode ou não se modificar a partir de situações. E a afetividade consegue determinar o modo com que as pessoas visualizam o mundo e também a forma com que se manifestam dentro dele.
Com isso, foi nos apresentado a teoria de Maslow definida no conjunto das cinco necessidades descritas na pirâmide ao lado. Depois da explanação veio um pergunta: É possível viver o celibato?  O jovem que de alguma forma perdeu uma das suas necessidades fisiológicas, pode ter a personalidade afetada. Sendo este, chamado a superar estas necessidades, e se não o faz, pode se tornar um problema mais tarde. Por isso é preciso ter cuidado para não colocar todos os jovens em uma única “forma” e igualar o processo das etapas de formação.
No período da tarde tivemos a contribuição do Prof. Carlos Eduardo, com o tema: “ Elementos sócio antropológicos da juventude contemporâneas”. Este tema, veio de encontro aos anseios de entendermos a diversidade do mundo do jovem de hoje que muda constantemente assustadoramente a cada quatro anos. Ou seja, o jovem de hoje, já não é o mesmo de dez anos atrás. Segundo o prof. Carlos Eduardo, biologicamente, a definição de juventude está marcada pela questão das transformações no corpo, que deixa de ser infantil e se constitui como corpo que se tornará adulto.
Na concepção psicológicas, não são todas correntes da psicologia que falam da juventude. Para a grande maioria o que existe é a adolescência. A psicologia entende que os adolescentes necessitam vencer três lutos:  O luto pela perda do corpo infantil; o luto pela perda dos pais da infância e a morte do mito das figuras paterna e materna.  Os jovens na concepção sociológica, enfrentam o desafio de se adaptarem a um mundo totalmente diferente do que haviam enfrentado até então, na infância. Com isso, são obrigados a uma inserção social complexa, trazendo-lhes novas significações e questões para as quais os jovens ainda não têm respostas integralmente formuladas. E antropologicamente, a conceituação de juventude é resultado de uma construção social, o que explicaria as várias concepções de acordo com o momento histórico. Assm, a juventude passou a ter destaque histórico pela emergência das modernas sociedades de massa, que trouxe um fenômeno novo: o da ascensão da juventude como ator social e político diferenciado, capaz de influenciar processos de transformação social.
É preciso pensar projetos para a juventude a partir: “DE”, “PARA”, “COM” – entender a juventude como “Ator Social”. Ainda, é importante encontrar as divergências, entre proposta vocacional e os jovens de hoje.
No quarto dia, o Prof Carlos Eduardo, retomou a reflexão do dia anterior, com algumas “observações críticas relativas à fé na pós-modernidade”, onde houve um aumento do índice de jovens que não tem religião. Com isso, percebe-se que há um fim da religião como HERANÇA. (os pais já não são mais os primeiros catequistas). Fim da fidelidade religiosa _ TRÂNSITO RELIGIOSO. Acentuando  a valorização do acúmulo de EXPERIÊNCIAS. E o nosso desafio é transformar a experiência religiosa em uma experiência de fé: encontro profundo com Deus.
No período da tarde, Ir. Fátima deu continuidade ao tema sobre Afetividade e Sexualidade, trabalhando os quatro pilares da sexualidade: Sexo biológico (caracteristicas genotípicas e fenotípicas; papéis sexuais – Identidade de gênero (Como me comporto). Identidade sexual (Quem acredito ser) e Orientação sexual do desejo (Quem desejo). Concluindo, a forma como somos tratados é importante na construção de nossa identidade.
Finalizamos o dia com a leitura da carta enviada pelo presidente da CRB Nacional e com apresentação do trabalho de Animação Vocacional Marista e projetos vocacionais. Podemos destacar que: * Animação Vocacional como prioridade (uma pessoa liberada para este fim); * Leigos contribuindo com o processo como protagonistas; * Investimento: Contratação de leigos para ajudar no processo.
No quinto dia, a prof. Patrícia Ferreira, explorou o tema da Teoria do Amadurecimento Humano, é no corpo da mãe, que o bebê conhece o seu corpo. Assim, a pessoa precisa se reconhecer, acreditar e confiar. E segundo a profa. Patrícia, “uma experiência mística pode nos ajudar a integrarmos como pessoa”. E nos deixou um recado: * A democracia começa no lar;* Quem cuida do outro tem que se trabalhar; * Se não há confiança, não há crescimento.
Uma experiência de encontro, comunhão e fraternidade; foi ter tido todos os dias momentos fortes de oração e a Celebração da Eucaristia. O Pão que se fez realidade no meio de mais de cem participantes: Padres, Religiosos e Religiosas e a presença marcante dos Leigos(as).
Sabemos que a missão não será fácil, por ser desafiadora e constante,  mas  vale a pena seguir e ajudar outras pessoas em seu processo pessoal, espiritual e humano, expressando  assim  três sentimentos: gratidão pela oportunidade; vontade de acertar e de nos colocar a disposição da Província, a serviço da Igreja.


Equipe de Pastoral Vocacional
Irmã Valdete Pereira Costa
Irmã Emília Luciana Santos Rosa
Irmã Gecianne Costa Moura















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